Eremita,
intimidade com Deus
“A
vida eremítica é pregação silenciosa daquele ao qual entregou sua vida, para o Cristo.”
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“Eremita (do latim eremus = deserto) é a aquele que se
retira ao deserto para uma vida de oração e penitência. Chama-se também de anacoreta, palavra de origem grega que
significa ‘retirado, afastado’. A vida eremítica foi o primeiro tipo de vida
consagrada masculina, muito florescente a partir do último terço do século III.”2O chamado à vida eremítica é o modo, “com a qual os fiéis, por uma separação
mais rígida do mundo, pelo silêncio da solidão, pela assídua oração e
penitência, consagram a vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo.”3Quem assumem livremente esse chamado, tem a
obrigação de praticar a castidade no celibato pelo Reino, a pobreza e a
obediência.4
Essa vocação específica
encontra sua beleza no modo como é vivida e doada para a vida da Igreja. É um
grande dom de Deus para a Igreja. Mas, vemos que o número de vocações para este
modo de vida vem diminuindo, estando mesmo em escassez, já muitos jovens não
encontram sua vocação, porque estão surdos para Deus, devido ao barulho do
mundo. Felizmente, há ainda alguns jovens que buscam fazer essa experiência numa
vida radical de entrega a Deus, como é o caso da vida eremítica.
Quem escolhe o caminho
eremítico tem uma intimidade muito pessoal com Cristo. Tem contato com uma
silenciosa pregação daquele que entregou sua vida. Assim, os eremitas também
entregam suas vidas a Cristo, pois é tudo para Ele. Essas pessoas respondem ao
chamado “peculiar a encontrar no deserto, precisamente no combate espiritual, a
glória do Crucificado.”5Pois quem deseja viver essa vocação, ou qualquer
outra vocação, e quer seguir um caminho de santidade, deve ter sempre em mente
que “não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual.”6
“A
vida eremítica é pregação silenciosa daquele ao qual entregou sua vida, para o Cristo.”
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A meu ver, quem busca
viver a radicalidade dessa vocação, vive algo de muito belo e gracioso, mas sem
desprezar as outras vocações, pois é uma vida de inteira doação a Deus, à
Igreja e aos irmãos, e principalmente, é a testemunha radical de Jesus Cristo,
através dos conselhos evangélicos. Por isso, não devemos deixar um tesouro assim
ficar desconhecido pelos membros da Igreja e pelo mundo. Deve-se valorizar a
importância desse chamado de Deus, e não vê-lo como uma coisa desnecessária e
radicalista, mas vê-lo como grande dom de Deus, que ele é. Na época em que
vivemos, as pessoas não querem sacrificar algo por outro maior. Deus é este algo
maior. Assim, vivemos numa sociedade
barulhenta, ambiciosa, supérflua e consumista e, cada vez mais, individualista,
pois não ouve a voz de Deus.
Portanto, penso que hoje,
mais do nunca, devido a como a sociedade vive, é preciso haver um reflorescimento
da vida eremítica, para que assim, tenhamos testemunhas de que é possível
encontrar o verdadeiro amor no deserto, pelo cultivo do silêncio. Na Bíblia
temos como exemplo de eremita dois grandes homens, o profeta Elias e João
Batista. Isto comprova que essa vocação é importante para Igreja, pois ela é
uma consagração da vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo. A vida eremítica
é um caminhar lado a lado com Deus, dentro de sua intimidade com Ele.
“O eremita é o cristão,
a pessoa que ouviu a voz do Senhor e faz de tudo para agradar Aquele que o
chama e lhe quer separado como profeta. O eremita é aquele que escuta o Senhor
e depois fala dele aos outros. O eremita é aquele que encontra o Senhor e se
esforça para entrar pela porta estreita.”7
Diêmersom Bento de
Araújo[1]
2.
CIC nota do cân.603.
3.
CIC cân.
603, § 1.
4.
CEC 915.
5.
CEC 921.
6.
CEC 2015.
7.
http://www.diocesedeuruacu.com.br/portal/eremiterio.php Página 2
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